Maior projeto de circulação da música brasileira, Sonora Brasil celebra 24 anos com resgate da cultura Bantu
Maior projeto de circulação da música brasileira, Sonora Brasil celebra 24 anos com resgate da cultura Bantu
'A cultura Bantu possui um papel significativo na formação cultural brasileira e na identidade do País, seja pelo legado linguístico, pela cultura popular como as artes manuais e a culinária, nas prá...'
A cultura Bantu possui um papel significativo na formação cultural brasileira e na identidade do País, seja pelo legado linguístico, pela cultura popular como as artes manuais e a culinária, nas práticas agrícolas ou na origem de ritmos e expressões musicais como o samba, o maracatu, a congada, o jongo e a capoeira. Foi com essa temática que a edição 2022 do projeto Sonora Brasil trouxe para o centro do debate o diálogo sobre culturas Bantu: afro-sonoridades tradicionais e contemporâneas. A programação no Distrito Federal ocorreu nesta quinta-feira (6) na unidade do Sesc Presidente Dutra, localizada no setor Comercial Sul.
O clima de alegria, samba e muita história tomou conta da unidade conforme as apresentações aconteciam. Após breve paralização no período da pandemia, o projeto trouxe este ano atrações musicais do grupo Filhos de Dona Maria e Guarda de Catupé Irmãos de Maria com presença 100% liberada para o público. A programação contou também com roda de capoeira, lançamento do livro de poemas afrocentrados, referenciado nas tradições bantu: O Vento Nos Trouxe e Nos Alimentou, de Tata Ngunzetala. Além de exposição de fotos, dança afro e roda de conversa.
O diretor regional do Sesc-DF, Valcides de Araújo, exaltou a importância do projeto e explica que o circuito Sonora Brasil consegue levar diferentes temáticas para que o público conheça novas histórias, tradições e legados. “É um dos mais importantes projetos de circulação de música do Brasil. A cada ano uma curadoria formada pela área de cultura do Sesc-DF seleciona com muito carinho e cuidado os convidados. Nós queremos difundir esse patrimônio musical que não é divulgado e visto pela sociedade. São inúmeras produções que precisam ser resgatadas", disse o diretor.
O músico Amílcar Paré, do grupo Filhos de Dona Maria, reforçou que o debate proposto pelo Sonora Brasil propicia visibilidade para várias culturas e artistas. Segundo ele, a sociedade precisa ter conhecimento do que é composto a identidade de um País. “Temos que lutar para ter esse debate cada vez mais cedo sobre a influência Bantu no Brasil. Precisamos pensar que as coisas surgiram de algum lugar. É a nossa identidade. Acho que o Sesc foi super feliz com esse projeto e tomara que essa discussão adentre nas escolas, faculdades e etc", disse Amílcar.
Sobre o Sonora Brasil
O Sonora Brasil é uma ação que tem o objetivo de apresentar ao público brasileiro as mais diversas manifestações culturais do país. Por meio de apresentações musicais acústicas e comentadas, são mapeadas desde manifestações culturais de territórios isolados e interiorizados até as novas experiências contemporâneas de fruição musical, ampliando assim a percepção sobre as pluralidades que constituem identidades e diferenças étnico-culturais no Brasil. Estéticas e narrativas que historicamente são colocadas à margem dos processos de difusão musicais pautam a elaboração, a curadoria e a realização do Sonora Brasil, resultado da ação integrada entre o Departamento Nacional e os Departamentos Regionais do Sesc, por meio da Rede Sesc de Música, que envolve todo o corpo técnico da área de Música da instituição. Isso aprofunda os processos de discussão, pesquisa e produção, que colaboram para o conjunto de ações realizadas pelo Sesc para o desenvolvimento cultural e artístico do país.